Segundo levantamento, houve um aumento de 63,5% nas tentativas de golpes no primeiro semestre deste ano em comparação com 2019.
A pandemia do novo coronavírus trouxe consigo as restrições e medidas de isolamento social. Com isso, o e-commerce tem sido a opção mais viável para que as pessoas façam suas compras. Entretanto, o aumento da movimentação no comércio virtual vem acompanhado de tentativas de fraude. Segundo levantamento realizado pela ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude em diversos segmentos, houve um aumento de 63,5% nas tentativas de golpes no primeiro semestre do ano, em comparação com 2019, totalizando R$ 765 milhões em fraudes evitadas.
Segundo o diretor de Soluções da ClearSale, Omar Jarouche, 2019 registrou R$ 468 milhões em fraudes evitadas neste mesmo período. O diretor, no entanto, destaca que, embora o valor de prejuízos evitados no e-commerce seja 63,5% superior ao ano passado, o número é inferior em relação ao aumento de vendas pelo canal.
“As vendas boas crescem mais do que as tentativas de fraude. Mais vendas não significam necessariamente mais fraudes. Elas crescem em números absolutos, claro, mas não na mesma proporção”, afirma o diretor. “É algo parecido com o que se vê na Black Friday, quando os pedidos aumentam muito, mas a fraude tem um crescimento mais moderado”.
Quanto aos produtos mais alvejados pelos fraudadores, Omar afirma que são aqueles mais fáceis de serem revendidos e de alto valor, como celulares, bebidas, eletrônicos e games.
Tipos de fraude
No e-commerce, Jerouche afirma que há três métodos mais comuns em que os fraudatarios utilizam para aplicar os golpes, são eles:
- Fraude efetiva ou deliberada: é o tipo de golpe quando os fraudadores utilizam dados roubados de clientes verdadeiros para realizar compras nas lojas online. Quando o real titular dos dados percebe a fraude, pode acionar a instituição financeira e cancelar a compra. Desta forma, o prejuízo fica com o lojista, que deve ter uma solução antifraude, que identifica a tentativa antes da compra ser concluída e possibilita a sua não aprovação. Segundo o diretor, esse é o método mais utilizado pelos golpistas.
- Autofraude: Nesse caso, a fraude não ocorre por terceiros, mas pelo próprio titular da conta. Após concluir a transação e receber o produto, contata a administradora não reconhecendo o valor, solicitando o estorno. É o tipo mais difícil de ser detectado, pois todos os dados são verdadeiros.
- Fraude amigável: Esse tipo acontece quando uma pessoa conhecida do titular do cartão realiza a compra, mas sem seu conhecimento ou consentimento. Para se proteger é importante não compartilhar os dados do cartão de crédito, evitando dores de cabeça futuras.
Há também outros métodos, por isso, é sempre importante ficar atento aos links assessados, além de ofertas imperdíveis que chegam por e-mail ou WhatsApp, sempre atento ao histórico de idoneidade das lojas acessadas. “Os fraudadores estão sempre atentos a novas possibilidades para obter dados para cometer novas fraudes, utilizando os dados de bons clientes para realizarem compras no varejo eletrônico”, alerta Jarouche.
Prevenção
Para evitar as fraudes, o diretor compartilha algumas dicas para quando for efetuar compras pela internet:
- Pesquise a reputação da loja antes de realizar a compra. Verifique o histórico da loja antes de se fazer a compra. A busca é possível tanto no site do Procon, que disponibiliza uma lista das lojas que devem ser evitadas, ou ainda em sites que avaliam as lojas. Caso não existam avaliações da empresa na internet, o recomendado é evitar efetuar a compra e buscar um outro site de confiança.
- Averigue se o site tem a sigla 'https' no endereço da web. Em sites com a sigla, a comunicação é criptografada, o que aumenta a segurança na transmissão dos dados. É importante também verificar se há um ícone com referência a um cadeado na parte inferior do navegador.
- Prefira o pagamento por cartão de crédito. Esta é a forma mais segura para pagamentos online. Além da operadora de crédito ter mecanismos para identificar possíveis fraudes, também é um método que permite que o cliente conteste a cobrança e solicite o reembolso do valor, diferente do pagamento por transferência bancária ou boleto.
-Suspeite se o desconto for muito maior no boleto. É comum que sites falsos tenham preços muito mais baixos para pagamento via boleto, pois nessa forma de pagamento é mais difícil para a vítima pedir o estorno.
- Procure dados oficiais da empresa como CNPJ, endereço físico e contato Sites de e-commerce falsos normalmente não disponibilizam essas informações.
- Instale o Compre&Confie em seus dispositivos. O aplicativo é totalmente gratuito e alerta o usuário caso seu CPF seja usado em uma transação indevida, permitindo que ele impeça a fraude clicando no botão 'não fui eu'.
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Fonte: @A Tribuna